Comunidades indígenas no Maranhão constroem planos sustentáveis com apoio do PAGES

5/09/2025

A Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), através do Projeto Amazônico de Gestão Sustentável (PAGES), realizarão nos dias 06 e 07 de setembro de 2025, no Território Indígena Caru, uma oficina para iniciar a construção participativa dos Planos de Gestão de Iniciativas Sustentáveis (PGIS) Indígenas. A ação conta com o apoio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular que atua como coexecutora do PAGES. O encontro reunirá lideranças indígenas mulheres, homens, jovens e anciãos, além instituições de apoio técnico, em uma abordagem participativa e intercultural que valoriza os saberes tradicionais.

“A população indígena é um dos nossos públicos atendidos pelo PAGES e, sabendo da importância da implantação do PGIS para incentivar a produção, e, agora, voltado aos povos indígenas, nos enche de esperança que estamos trilhando no caminho certo do desenvolvimento do Maranhão,” ressaltou o secretário da SAF, Bira do Pindaré.

No primeiro dia de oficina, será iniciado a construção coletiva do PGIS sobre Arte Indígena, com foco no fortalecimento da identidade cultural, valorização da tradição e saberes ancestrais e geração de renda a partir de matérias-primas locais. No segundo dia, a programação será dedicada ao PGIS para Casa de Farinha, abordando o fortalecimento da produção e do beneficiamento da mandioca e derivados, garantindo soberania e segurança alimentar para as famílias.

“A construção dos PGIS Indígenas representa um marco importante para o PAGES. É um processo que nasce do diálogo direto com as comunidades, respeitando suas tradições e fortalecendo sua autonomia. O protagonismo indígena é central: são eles que decidem as prioridades, as formas de organizar e os caminhos para alcançar a sustentabilidade nos seus territórios. Nosso papel é apoiar, garantir os meios e assegurar que esses planos tenham impacto real na vida das famílias”, destacou Mariana, coordenadora geral do PAGES.

Esses espaços de diálogo permitirão o mapeamento sociocultural da arte indígena, a linha do tempo da cadeia da mandioca, além de visita técnica à Casa de Farinha para análise da infraestrutura existente, que subsidiará possíveis melhorias. Também será elaborado de forma coletiva um calendário de ações e uma comissão comunitária para acompanhar as etapas dos PGIS.

O que é um PGIS Indígena?  

Um Plano de Gestão Integrada Sustentável (PGIS) indígena é um instrumento de planejamento construído coletivamente pelas comunidades, no âmbito do PAGES, para apoiar e fortalecer suas atividades produtivas, culturais e sociais. O PGIS é elaborado em etapas participativas – desde a mobilização e diagnóstico, passando pelo planejamento e implementação, até a prestação de contas. Ele garante que os recursos do projeto cheguem diretamente às comunidades, fortalecendo a autonomia, a identidade cultural e a sustentabilidade no território indígena.

 

Histórico PAGES  

Além dos PGIS Indígenas, o PAGES desenvolve 09 PGIS Escolares junto a Casas e Escolas do campo e 06 PGIS Comunitários Pilotos no Maranhão ligados as comunidades rurais, cada um com eixos de atuação específicos. Os PGIS Pilotos concentram investimentos na produção agroecológica, enquanto os PGIS Escolares abrangem três eixos principais: produção, infraestrutura e tecnologias sociais, melhorando a soberania alimentar e fortalecendo a formação de jovens do campo. Entre os investimentos estão bibliotecas renovadas, alojamentos, estufas agrícolas, tanques de piscicultura, casas de farinha, aviários e hortas irrigadas. Essas ações não apenas ampliam a produção sustentável das comunidades rurais, como também melhoram a infraestrutura educacional e garantem segurança alimentar e geração de renda para famílias agricultoras na Amazônia maranhense.